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domingo, 13 de abril de 2008

Sinaxis do V Domingo da Quaresma



Apolitikion (tropárion) da Ressurreição (5° tom)
Glorifiquemos fiéis, e adoremos o Verbo Divino, eterno com o Pai e o Espírito Santo, nascido da Virgem para a nossa salvação; pois, em sua carne, deixou-se suspender na cruz, padecer a morte e ressuscitar dos mortos pela sua gloriosa ressurreição.

Apolitikion Próprio
Em ti foi conservada com fidelidade a imagem de Deus, ó Maria; pois tomaste a Cruz e seguiste Cristo, ensinando, com o teu exemplo, a desprezar o corpo, porque mortal e a cuidar da alma imortal. Por isso, ó Santa, tua alma se rejubila com os Anjos.

Kondakion Próprio
Fugiste das trevas do pecado e te iluminaste com a luz da penitência. Dirigiste o teu coração a Cristo, ó gloriosa e apresentaste-lhe, como advogada compassiva, sua Mãe Santíssima e isenta de toda imperfeição alcançando, por isso, o perdão das culpase a felicidade com os Anjos.

Prokimenon
Fazei votos ao Senhor nosso Deus e cumpri-os; todos os que o cercam tragam oferendas.
Deus é conhecido na Judéia, grande é o seu nome em Israel.

Epístola: Hb 9,1-14

Irmãos, Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Ele atravessou uma tenda muito maior e mais perfeita, não construída por mãos humanas, isto é, ele atravessou uma tenda que não pertence a esta criação. Ele entrou uma vez por todas no santuário, e não com sangue de bodes e novilhos, mas com o seu próprio sangue, depois de conseguir para nós uma libertação definitiva. Sangue de bodes e de touros e cinzas de novilha, espalhadas sobre pessoas impuras, as santificam, concedendo-lhes uma pureza externa. Muito mais o sangue de Cristo que, com um Espírito eterno, se ofereceu a Deus como vítima sem mancha! Ele purificará das obras da morte a nossa consciência, para que possamos servir ao Deus vivo.

Aleluia
Aleluia, aleluia, aleluia!
Vinde, regozijemo-nos no Senhor, cantemos as glórias de Deus, nosso Salvador!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Apresentamo-nos diante d'Ele com louvor, e celebremo-lo com salmos!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho: Mc 10,32-45

Naquele tempo, Jesus e os discípulos estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que iam atrás estavam com medo. Jesus chamou de novo os Doze à parte e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com ele: «Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. Vão caçoar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará.»

Kinonikón
Tomarei o Cálice da Salvação e invocarei o nome do Senhor!
Aleluia, aleluia, aleluia!



Reflexão

O relato de Marcos é iniciado pelo terceiro anúncio da Paixão e morte que o Senhor sofreria na Cidade de Jerusalém, feito por Ele mesmo, enquanto caminhava com seus discípulos. Estes, estavam temerosos e admirados por ver o Senhor seguir determinado rumo à cidade que lhe traria tantos sofrimentos. Ante tal anúncio, porém, silenciaram; o diálogo foi retomado pelos filhos de Zebedeu (Tiago e João) que apresentaram um pedido ambicioso a Jesus: ocupar no Reino dos Céus os lugares de Honra.
Esta solicitação, após o anúncio do sofrimento e morte do Senhor, parecia revelar a falta de solidariedade e compaixão somadas a um extremo egoísmo por parte dos dois. Seria como alguém muito querido e próximo de nosso convívio, anunciar sua morte e questionarmos, em seguida, o quanto e o que ganharíamos por herança.
A este respeito assim comenta São João Damasceno:
«Um coração repleto de preocupações mundanas deixa revelar pela boca que não conhece verdadeiramente a Deus. Os filhos de Zebedeu ao solicitar os primeiros lugares após a morte do Senhor, demonstraram sua cegueira e rusticidade ante o Divino que ali estava».
Tiago e João tinham uma concepção política muito forte a respeito do messianismo de Jesus. Imaginavam que Ele iria reinar e sendo os dois mais próximos queriam garantir os lugares mais nobres no Banquete celestial, antes que outros solicitassem tal honra. Jesus transforma os pensamentos de soberba, grandeza e honras e os faz recordar do serviço e da entrega: do banquete passa a refletir sobre a taça que deveria beber. Mesmo assim, os discípulos diziam estar dispostos a beber do cálice que estava reservado ao Senhor. Logo, o Senhor os admoesta dizendo que compartilhariam da mesma sorte que Ele, mas em tempos diferentes. Quanto aos lugares no Reino dos Céus, solicitados por eles, não caberia ao Senhor garantir: somente Deus reserva os lugares e os reserva como quer. Aqueles que ambicionam os primeiros lugares não são dignos do Reino, devem servir e não serem servidos.
Os discípulos de Jesus devem ser regidos por princípios opostos aos do mundo. Na comunidade apostólica toda a ambição deve ser substituída pelo espírito de serviço e humildade, pois nele se manifesta o amor, a entrega e a oblação pelo irmão.
«O Filho do Homem veio para servir e dar a sua vida em resgate de muitos».
Nesta frase Jesus revela o porquê de sua morte: quer redimir os filhos de Deus e quer resgatá-los para Deus, através do serviço e da entrega.
O poder no Reino de Deus consiste no servir. O poder no reino do mundo consiste em ser servido. No Reino do amor é diferente. O amor só tem poder enquanto ele é doado e se coloca a serviço. Servir é ser pequeno, frágil. Frente ao pequeno nós, ou nos revelamos solidários, ou sedentos e despóticos . Diante do irmão que parece ser simples, sem importância descobriremos a nossa capacidade de amar.
A Festa de Santa Maria do Egito nos faz corajosos em seguir o Senhor, no serviço aos irmãos. De grande pecadora transformou-se em grande Santa da Igreja. Aquela que estava perdida foi encontrada pelo Senhor. Não desanimemos, pois, em nossas quedas e pecados. Que eles sejam transformados em trampolins que nos jogarão para os braços misericordiosos do Pai.




Fonte: Ecclesia

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