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segunda-feira, 28 de abril de 2008

Segunda-Feira Luminosa

A partir do momento em que nosso Senhor ressuscitou dos mortos e os apóstolos foram revestidos com a força do alto pela vinda do Espírito Santo (Lc 24,49), eles ficaram cheios de certeza a propósito de tudo e receberam o perfeito conhecimento. Então, foram até às extremidades da terra (Sl 18,5), proclamando a Boa Nova que nos vem de Deus e anunciando aos homens a paz do céu, eles que possuíam - todos por igual e cada um em particular - o Evangelho de Deus.

Assim, Mateus, no meio dos Hebreus e na sua própria língua, publicou uma forma escrita do Evangelho, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam Roma e aí fundavam a Igreja. Após a morte deles, Marcos, discípulo de Pedro e seu intérprete (1Pe 5,19), transmitiram-nos também por escrito a pregação de Pedro. Por seu lado, Lucas, companheiro de Paulo, consignou num livro o Evangelho pregado por este. Por fim, João, o discípulo do Senhor, o mesmo que tinha repousado sobre o seu peito, publicou também ele o Evangelho, durante a sua estadia em Éfeso...

Marcos, intérprete e companheiro de Pedro, apresentou assim o início da sua redação do Evangelho: «Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Tal com está escrito nos profetas, "eis que envio o meu mensageiro diante de ti para preparar o teu caminho"»... Como se vê, Marcos faz das palavras dos santos profetas o início do Evangelho, e aquele que os profetas proclamaram como Deus e Senhor, Marcos põe-no logo a abrir como Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... No fim do Evangelho, Marcos diz: «E o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi levado aos céus e sentou-se à direita de Deus». É a confirmação da palavra do profeta: «Oráculo do Senhor ao meu senhor: Senta-te à minha direita e eu farei dos teus inimigos escabelos para os teus pés» (Sl 109,1).

Santo Ireneu de Lyon

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