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sábado, 19 de abril de 2008

«Jesus chorou. Os judeus disseram: 'Vede como ele o amava'»

Porque eras Deus verdadeiro, tu conhecias, Senhor, o sono de Lázaro e preveniste os teus discípulos... Mas na tua carne, Tu, que no entanto não tens limites, vens até Betânia. Como verdadeiro homem, choras sobre Lázaro; como verdadeiro Deus, ressuscitas pela tua vontade aquele que estava morto há quatro dias... Tem piedade de mim, Senhor; muitas são as minhas transgressões. Traz-me de volta, te suplico, do abismo dos males em que me encontro. Foi por ti que eu gritei; escuta-me, Deus da minha salvação.
Chorando sobre o teu amigo, na tua compaixão puseste fim às lágrimas de Marta; pela tua Paixão voluntária, secaste todas as lágrimas do rosto do teu povo (Is 25,8). «Bendito sejas, Deus de nossos Pais!» (Esd 7,27). Guardião da vida, chamaste um morto como se ele dormisse. Com uma palavra, rasgaste o ventre dos infernos e ressuscitaste aquele que começou a cantar: «Bendito sejas, Deus dos nossos Pais!". Quanto a mim, estrangulado pelas amarras dos meus pecados, ergue-me também e eu cantarei: "Bendito sejas, Deus dos nossos Pais!»...
Em reconhecimento, Maria traz-te, Senhor, um vaso de mirra que estaria preparado para o seu irmão (Jo 12,3) e canta-te por todos os séculos. Como mortal, invocas o Pai; como Deus, despertas Lázaro. Por isso nós te cantamos, ó Cristo, pelos séculos dos séculos... Despertas Lázaro, morto há quatro dias; fá-lo erguer-se do túmulo, designando-o assim testemunha verídica da tua ressurreição ao terceiro dia. Tu andas, falas, choras, meu Salvador, mostrando a tua natureza humana; mas, ao despertares Lázaro, revelas a tua natureza divina. De uma maneira indizível, Senhor, meu Salvador, de acordo com as tuas duas naturezas e de uma forma soberana, realizaste a minha salvação.

São João de Damasceno (cerca 675-749), «Matinas do sábado de Lázaro»

Fonte: Ecclesia

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