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sexta-feira, 18 de abril de 2008

Odes de Salomão

Como asas de pombas que protegem as crias […]
Assim são as asas do Espírito sobre o meu coração.
O meu coração rejubila e estremece
Qual criança no seio da mãe.

Cri e encontrei o descanso
Aquele em quem eu acreditei é fiel.
Abençoou-me e a minha cabeça para Ele se voltou.
Gládio algum, ou espada d’Ele me separará,
Preparei-me, antes da hora da perda,
Em seus braços incorruptíveis me acalentei.
A vida imortal a tal me levou, me constrangeu;
E dela vem o Espírito que me habita ;
Que não pode morrer, porque é a vida.

Os que me viram em espanto ficaram
Porque eu era perseguido.
Pensavam-me aniquilado,
Porque a seus olhos eu estava perdido.
Mas a opressão tornou-se a minha salvação.

Tornara-me objeto de desprezo.
Em mim nada havia que invejar;
A todos fazia o bem,
E fui odiado por isso.
Como cães enraivecidos me cercaram (Sl 21, 17),
Insensatos que contra seus amos se revoltam;
Têm corrompida a inteligência, pervertido o espírito.

Retive as águas do meu lado direito,Em mansidão suportei-lhes o rancor.Não pereci, pois não era dessa casta,O meu nascimento não foi como o seu.Procuraram a minha morte e não o conseguiram ;Eu era mais antigo que a sua memória.Sobre Mim em vão se arremessaramOs que Me perseguiam ;Em vão procuraram extinguirA memória d’Aquele que era antes deles.Nada pode ultrapassar o desígnio do Altíssimo,O seu coração é superior a toda a sabedoria.Aleluia !
Texto cristão do princípio do séc. II

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