1ª Antífona (Modo 2)
1. Quando Israel saiu do Egito,
e a Casa de Jacó da casa de um povo bárbaro,
Pelas orações da Mãe de Deus, salva—nos, Senhor.
2. O mar ao vê-lo fugiu e o Jordão retrocedeu.
3. Que tens tu mar, a fugir, e Jordão a retroceder?
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
2ª Antífona Modo 2
1. Eu amo o Senhor, pois Ele escuta o clamor da minha oração.
Salva-nos, ó Filho de Deus, que foste por João batizado no Jordão. Nós a Ti cantamos: Aleluia!
2. A angústia e o aborrecimento tomavam conta de mim,
e eu invoquei o me do Senhor.
3. Andarei na presença do Senhor, sobre a terra dos viventes.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Ó Filho Único...
3ª Antífona (Modo 1)
1. Dai graças ao Senhor, porque Ele é Bom, -
e a Sua miseric6rdia é eterna.
Tropário da Festa
2. Diga-o a Casa de Israel,
a Sua misericórdia é eterna.
Digam-no os que temem o Senhor,
a Sua misericórdia é eterna.
APOLITIKION (6º TOM)
Enquanto Maria estava diante do sepulcro
à procura de teu imaculado Corpo,
os Anjos apareceram em teu túmulo
e as sentinelas desfaleceram.
Sem ser vencido pela morte
submeteste ao teu domínio o reino dos mortos,
e vieste ao encontro da Virgem, revelando a vida.
Senhor, que ressurgiste dos mortos, glória a Ti!
KONDAKION (6º TOM)
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo.
Levantando com sua vivificante mão
todos os mortos dos vales tenebrosos,
Cristo Deus, Doador da vida,
quis conceder a Ressurreição ao gênero humano;
pois Ele é o Salvador, a Ressurreição,
a Vida e o Deus de todos.
THEOTOKION (6º TOM)
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Clamando com a tua bendita Mãe,
voluntariamente, viste padecer, irradiando na cruz,
desejaste encontrar Adão, dizendo aos anjos:
Alegrem-se comigo, porque foi encontrado o dracma perdido,
Deus nosso, que com sabedoria tudo consolidaste, glória a Ti!
APOLITIKION DA FESTA (1º TOM)
Batizando-te no Rio Jordão, ó Senhor,
manifestou-se a adoração à Trindade.
A voz do Pai, porém, testemunhou,
chamando-Te «Filho amado»,
e o Espírito Santo, aparecendo em forma de pomba,
confirmou a exatidão desta palavra.
Ó Cristo Deus que vieste e iluminaste o mundo,
Senhor, glória a Ti
KONDAKION DA FESTA (4º TOM)
Salva, Senhor, o teu povo
e abençoa a tua herança!
A ti Senhor, eu clamo, Deus meu,
presta ouvidos aos meus rogos
PROKIMENON
Salva, Senhor, o teu povo
e abençoa a tua herança. (Sl 28, 9)
Clamo a Ti, Senhor, meu rochedo
presta ouvido aos meus rogos. (Sl 28, 1)
EPÍSTOLA: EF 4, 7-13
ALELUIA
Aleluia, aleluia, aleluia!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo
e vive à sombra do Senhor Onipotente. (Sl 91, 1)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor: sois meu refúgio e proteção,
sois o meu Deus no qual confio inteiramente. (Sl 91, 2)
Aleluia, aleluia, aleluia!
EVANGELHO: MT 4,12-17
KINONIKON
Manifestou-se a Graça de Deus que a todos salva!
Aleluia, aleluia, aleluia!
OBS.:
Na Bênção Final acrescenta:
...Que aquele que quis ser batizado por João, no Jordão, para nossa salvação, o Cristo ... ;
Encerramento da Festa no dia 14.
Reflexão
São Paulo escreve à Comunidade de Éfeso, instruindo-a que a Igreja se edifica pela variedade dos dons e pela participação de cada fiel na vitalidade do único Corpo de Cristo. Tais dons são recebidos no Batismo e colocados ao serviço de toda a Igreja. Põe em relevo a origem única e generosa do dom concedido a cada um. É uma afirmação da fé em Cristo, Principio e Fim de tudo.
A Fonte dos dons eclesiais é o Cristo Glorioso, O que está sentado à direita do Pai. Esclarece depois a função e o objetivo dos dons que se concretizam nos ministérios. O objetivo essencial das diversas funções é favorecer o Corpo de Cristo na Unidade e na Caridade.
No Domingo após a Epifania do Senhor, tendo celebrado o seu santo Batismo, o evangelista Mateus nos narra os episódios que sucederam o período de quarenta dias no deserto:
«Em seguida o Espírito impeliu Jesus para o deserto. Jesus ficou no deserto durante quarenta dias, e ai era tentado por Satanás. Jesus vivia entre os animais selvagens e os anjos O serviam.» (Mc 1, 12-13).
O Senhor, após seu Batismo no Rio Jordão, é guiado pelo Espírito ao deserto e lá confronta-se com as provações. Jesus venceu todas as tentações.
O início de sua pregação aconteceu após a prisão de João, o Precursor, daquele que veio preparar sua vinda.
«Depois que João Batista foi preso, Jesus voltou para a Galiléia, pregando a Boa Notícia de Deus: 'O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo: convertam-se e creiam no Evangelho.» (Mc 1, 14-15)
E começa dizendo que o tempo da espera tinha chegado ao fim: "o tempo já se cumpriu". João Batista anunciava por sua pregação o caminho de preparação para a vinda do Messias. Jesus, porém, não anunciou sua chegada, mas que o Reino de Deus já estava no meio deles. Sua pregação não era em torno de sua própria Pessoa. Ele não chamava atenção sobre Si mesmo; mas anunciava que o tempo da libertação definitiva já havia chegado.
A breve mensagem de Jesus soava como a do Batista. Só que Jesus a personificou e, o arrependimento que pedia era para receber o Evangelho. O Reino de Deus se fez, portanto, presente e atuante na pessoa de Jesus. Como o Batista, Jesus também exigia conversão: "convertam-se". Mas não era mais uma conversão na expectativa da vinda do Filho de Deus. A conversão acontecia porque o Senhor do Céu e da Terra, o Filho Unigênito de Deus já estava entre os homens.
A missão do Senhor, portanto, teve inicio após estes dois grandes acontecimentos: o Batismo e o tempo de oração no deserto. Das águas vivificantes do Jordão e da aridez do deserto nasceram o impulso do anúncio do Reino de Deus.
Assim como o Batismo do Senhor O levou à Missão Evangelizadora, também nosso Batismo deve frutificar em momentos de graça. O Batismo nos convida à oração e à meditação; nos convida ao deserto onde podemos fazer a experiência do encontro pessoal com Deus. Depois, iluminados e revestidos da Graça, poderemos partir para a missão e pregar «aquilo que vimos, ouvimos e sentimos». (São Paulo).
Após a Epifania, os evangelhos não mencionam mais nenhum batismo até a Ressurreição do Senhor, quando os discípulos receberam d'Ele a ordem de batizar a todos.
O acontecimento no Jordão e o início de sua pregação na Galiléia revestem-se de especial relevância, bem maior que a de simples dados biográficos ou históricos. Eles revelam de fato, quem é Jesus na História da Salvação. Tanto nos Evangelhos como nos Atos dos Apóstolos, o Batismo do Senhor é visto como ponto de partida do Mistério da Salvação e da Redenção do mundo.
Para São Clemente de Alexandria (+215) «O Batismo é iluminação, regeneração, banho e, através dele, nos tornamos filhos de Deus, recebendo a imortalidade.» Deus nos fez para a vida e não para a morte. Deus nos fez para a Luz e não para as trevas. Uma vez iluminados e viventes, nosso compromisso é nos conformar gradativamente a Cristo, vivendo sob a luz de seus ensinamentos: amando, perdoando e proclamando sem cessar a todos a Boa-Nova da Salvação que Ele nos trouxe.
Santo Irineu ( +202) defendeu em seus escritos o batismo administrado às crianças e não somente aos adultos «para que a Graça Divina - diz ele - seja dada a todos desde cedo, para que sua missão comece igualmente cedo.»